quinta-feira, 1 de setembro de 2011

No Caminho com Diógenes e Têmis!


Diógenes é membro do "Belém Debates", um verdadeiro militante das redes sociais.
No Facebook resolveu participar de um grupo de discussão intitulado "OAB", como propôs uma enquete sobre a aprovação do governo Simão Jatene, o moderador do grupo o excluiu com a justificativa de que o mesmo não era advogado e nem da área jurídica. A grande verdade que não se pode esconder... Diógenes incomodou o "apolítico" moderador do grupo OAB e foi censurado e punido com a exclusão do grupo, lamentável!
O BELÉM DEBATES lamenta a atitude tomada pelo moderador do grupo intitulado OAB, e tem certeza que a OAB-PA nada tem a ver com esse grupo, formado por profissionais da área jurídica.
Para finalizar o nosso desagravo ao membro do BELÉM DEBATES, criamos um selo em que a deusa da justiça - Têmis sangra, a cada injustiça impetrada contra um cidadão de bem, sangramos todos nós...
A democracia é um percurso duro e árido de seguir, mas vale a pena!!!
Diria ao moderador que é advogado, Têmis morreria de vergonha por sua atitude, a tolerância com os diferentes precisa ser exercitada.

E como Diógenes citou a poesia "No Caminho com Maiakóvski" de Eduardo Costa, eis abaixo a íntegra, para ler e refletir o momento é necessário, a injustiça não pode ser maior que a poesia...

No Caminho com Maiakóvski (Eduardo Alves da Costa)
Assim como a criança humildemente afaga a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro com um poeta soviético.
Lendo teus versos, aprendi a ter coragem.
Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam e
roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
já não se escondem: pisam as flores,
matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra
sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm a ninguém é dado repousar
a cabeça alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto
algum com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces e
eu fantasio um levante;
mas na manhã,
diante do juiz, talvez meus lábios
calem a verdade como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor e o que vejo e acabo
por repetir são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe e
a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam pela gola do paletó
à porta do templo e me pedem que aguarde
até que a Democracia se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei, porque não estou amedrontado
a ponto de cegar,
que ela tem uma espada a lhe espetar as costelas e
o riso que nos mostra é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo e não os vemos
ao nosso lado, no plantio.
Mas ao tempo da colheita lá estão e
acabam por nos roubar até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição de falso democrata e
rotulo meus gestos com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso, esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

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